Nesta noite chuvosa busco inspiração para transmitir o intransmissível: nossa busca por comprar ou obter alguma coisa. Nas ruas, vielas e avenidas, nas calçadas sujas desta cidade, vejo os caminhantes andarem apressadamente, todos possuem um olhar perdido, inseguro, mas ao mesmo tempo dispersos no tempo. Eu não fujo também, confesso. Todos querem um pouco de alguma coisa, uns querem um pouco de atenção, outros, querem justiça, eu, quero mais oportunidades de trabalho, quero prosperar com dignidade. "Mundo cão" é a palavra que mais descreve nossa forma de atuar em sociedade, o convívio sem o conviver, os atropelamentos pela eterna pressa do chegar, a meritocracia, que serve apenas para quem conseguiu chegar lá, não levamos em consideração que milhares de pessoas que nem sequer têm a chance de mostrar seu valor. Nosso tempo anda esquisito, estranho, não é à toa que o número de depressivos aumentam em escala geométrica, tristes vagando pela selva de concreto, pálidos, carentes. A modernidade trouxe muitas pessoas para o consumo, sem dúvida, muitas delas compraram televisores, geladeiras, computadores e eletrodomésticos, e agora compram analgésicos, antidepressivos, mais drogas, celulares, carros e gasolina, muita gasolina. Porém esta é a escravidadão moderna. Remédios, roupas, segurança eletrônica, carros, e quem compra carro tem que comprar seguro pois tem medo, e muitas outras coisas são cuspidas em nossa cara, e nós, alienados, famintos de consumo, as alimentamos e digerimos e,logo estaremos com fome novamente. Meus amigos, minhas amigas, observem ao redor por alguns instantes, observem as propagandas, o asfalto novo para ganhar votos, placas, panfletos, uma verdadeira ditadura do consumo, criando necessidades e inseguranças. Somos manipulados o tempo todo, acreditem. Não sou anticonsumo, mesmo porque a teoria econômica nos diz que quanto mais consumirmos, mais teremos progresso como criação de empregos, investimentos etc. "O que esse maluco então quer me dizer?". Não sei a resposta, talvez eu esteja descrente, talvez precisamos mais de livros ao invés de tv a cabo, as grandes empresas gastam tanto em propagandas, nessa eterna guerra de concorrências, nessa chamada guerra de marketing, gastando milhões para nos induzir a comprar, essa indútria que fabrica assassinos para comprar com o dinheiro sujo de sangue. Acreditem ou não, somos marionetes das grandes e poderosas empresas, reféns da esperança e do medo pelo qual nos é vendido. Nosso planeta chora juntamente com as famílias dos desastres urbanos como o de Niterói, que construíram suas casas em cima de um lixão, que cedeu com a chuva ininterrupta, devido ao encontro de uma massa da ar fria com o calor intenso retido pelos carros, asfalto, concreto, e graças também aos nossos brilhantes políticos que deixaram tudo ocorrer. Esse é o retrato do nosso cotidiano: lixo para todos os lados.

Eu sou o Maltrapilho virtual e esse é meu portal, nosso portal. 
Mande suas idéias também para sigaseurumo@yahoo.com.br e deixe seu comentário.

0 comentários:

Postar um comentário


Sobre o blog do Tá Massa Bar

O blog do Tá tem a intenção de não somente postar sabores, músicas que fazem sucesso no bar, acontecimentos no pitoresco vilarejo da Lapinha da Serra/MG. Não somente postar fotos, vídeos, poesias, literatura, cultura de bar, etc. Mas também temos a tarefa de postar idéias e pensamentos a respeito do mundo, de incentivar o pensamento crítico, o discernimento, o respeito às manifestações culturais e ambientais, em prol do desenvolvimento intelectual, econônico e sustentável do vilarejo, do nosso país, e se não for muita pretensão, quem sabe até o mundo.



Contador de acessos


Seguidores do Tá